sábado, 30 de novembro de 2013

A Estrela Azul.



Lá eu você e ele não deixam de ser nós, sem com isso deixar de ser.

Brilha no infinito, onde o espaço se encontra com o tempo, lá espaço é tempo e tempo é espaço, o antes pode estar acontecendo agora e muitas vezes o depois já aconteceu.

Todos que dela saem em um raio de luz azul levam o seu eu no coração, não deixando com isso de ir junto com o nós.

Ela habita o infinito e seus raios de luz viajam até mundos que residem nos extremos do Universo e, assim ao mesmo tempo que brilha no infinito, brilha também no centro.

Pois tudo que habita o Universo se encontra em seu centro e ao mesmo tempo espalhado em seus extremos.

Cada raio de luz azul traz em si a essência da estrela que o projetou, deixando uma tênue trilha que une seu coração à sua essência.

E essa essência desenha o caminho que leva de volta à sua origem, onde o eu, o você e ele não deixam de ser nós, sem com isso deixar de ser.

domingo, 17 de novembro de 2013

Um Novo Anjo



Quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar a varanda lentamente Valkíria flutuou em direção à trilha.

Franz ainda dormia profundamente, estava habitando o mundo dos sonhos.

Com o movimento Freud-cão despertou e junto com ele o pequeno cachorro branco de Valkíria, com eles um pequeno anjo que viera se juntar aos demais durante a noite quente.

Na noite anterior Valkíria e Franz adormeceram na varanda, aninhados, envoltos pela magia que rodeia a Casa do Gramado e das árvores que ficam junto à varanda quando eles adormecem, entre as folhas das árvores a luz da Grande Estrela Azul transpassava, iluminando brandamente a varanda e envolvendo aqueles que nela passeavam de mãos dadas no mundo dos sonhos.

Quando a noite atingiu seu ápice a luz azul iluminou um pequeno arbusto que balançava, o movimento fez com que Freud-cão empinasse suas orelhas e olhasse atentamente o arbusto se balançando, não havia qualquer brisa ou vento, só o ar quente, parado, da madrugada.

A Estrela Azul desenhou uma tênue trilha ligando o pequeno arbusto aos poucos degraus que davam acesso à varanda.

Do arbusto um pequeno anjo de quatro patas andou em direção à varanda ao chegar aos degraus que davam acesso à varanda emitiu um leve choro, mesmo em pé não conseguia subir.

Freud-cão que estava bem próximo se levantou e o pegou pelo pescoço, colocando-o aninhado entre ele e o pequeno cachorro branco de Valkíria que agora, com carinha de gente que está com soneira tinha despertado.

Cheirou o pequeno visitante e todos voltaram a dormir profundamente.

Pela manhã, quando Valkíria flutuava em direção à trilha Freud-cão logo despertou, seguido do pequeno visitante, e andando lentamente a acompanharam.

O pequeno cachorro branco também despertou, mas ainda com sono, observou o movimento e antes que chegassem à entrada da trilha voltou ao mundo dos sonhos.

Ao chegar na entrada da trilha Freud-cão parou e ficou observando Valkíria que a adentrava flutuando.

Ela estava em transe com os olhos abertos, mas ainda no mundo dos sonhos, fitando o infinito.

O pequeno visitante acompanhou em passos lentos a Valkíria.

Quando desapareceram na trilha, Freud-cão que tinha parado na entrada dela voltou em passos lentos à varanda, não queria despertar aqueles que ainda habitavam o mundo dos sonhos.

Valkíria



Sentada no banco da varanda da Casa do Gramado Valkíria aprecia o entardecer, na linha do horizonte atrás das montanhas a Grande Estrela Azul é a primeira a surgir.

Brincando no centro do gramado, entre a varanda e as árvores ao fundo seu pequeno cachorro branco, Nick, brinca, tentando pegar os últimos raios de sol que passam entre as folhas das árvores e refletem no grama.

Exceto por esses poucos raios de luz todo o gramado já se encontra na sombra das grandes árvores, mas toda a varanda está tomada por uma intensa luz alaranjada, que não chega a aquecer, mas ofusca a visão de Valkíria.

Já Nick, no gramado, voltado para a varanda observa atentamente Valkíria, sentada no banco apreciando a noite que se avizinha.

Com a luz mais branda ao apreciar o chão de madeira Valkíria aprecia os pequenos riscos, desenhos que se formam nessa e invadem o gramado, como se fossem pequenas trilhas.

Seguindo esses pequenos riscos até onde seus olhos alcançam ela percebe um deles, muito tênue que adentra entre as árvores, agora entre elas, já abaixo de suas copas o sol já abaixo do horizonte deixa uma densa luz vermelha que aos poucos vai-se apagando.

Com o céu deixando sua tonalidade escura se apagar, cedendo o lugar para a escuridão, Nick, deixa suas brincadeiras e corre em direção à varanda e se deita ao lado de Valkíria, emprestando dela o seu calor, seu pequeno cachorro aprecia especialmente cuidar dos sonhos de sua doce companheira.

Em transe Valkíria flutua, fica quase sem tocar no banco, Nick balbucia se sobe em seu colo, ele quer cuidar e emprestar o calor.

Lentamente se dirigem ao centro do gramado, pouco acima da copa das árvores, envoltos pela luz azul da Grande Estrela.

Valkíria dorme profundamente, sente que a trilha que viu desenhada no chão da varanda e adentrava o gramado até as grandes árvores é a que une seu coração a Franz, e esse estará chegando com os primeiros raios do sol.