domingo, 17 de novembro de 2013

Um Novo Anjo



Quando os primeiros raios de sol começaram a iluminar a varanda lentamente Valkíria flutuou em direção à trilha.

Franz ainda dormia profundamente, estava habitando o mundo dos sonhos.

Com o movimento Freud-cão despertou e junto com ele o pequeno cachorro branco de Valkíria, com eles um pequeno anjo que viera se juntar aos demais durante a noite quente.

Na noite anterior Valkíria e Franz adormeceram na varanda, aninhados, envoltos pela magia que rodeia a Casa do Gramado e das árvores que ficam junto à varanda quando eles adormecem, entre as folhas das árvores a luz da Grande Estrela Azul transpassava, iluminando brandamente a varanda e envolvendo aqueles que nela passeavam de mãos dadas no mundo dos sonhos.

Quando a noite atingiu seu ápice a luz azul iluminou um pequeno arbusto que balançava, o movimento fez com que Freud-cão empinasse suas orelhas e olhasse atentamente o arbusto se balançando, não havia qualquer brisa ou vento, só o ar quente, parado, da madrugada.

A Estrela Azul desenhou uma tênue trilha ligando o pequeno arbusto aos poucos degraus que davam acesso à varanda.

Do arbusto um pequeno anjo de quatro patas andou em direção à varanda ao chegar aos degraus que davam acesso à varanda emitiu um leve choro, mesmo em pé não conseguia subir.

Freud-cão que estava bem próximo se levantou e o pegou pelo pescoço, colocando-o aninhado entre ele e o pequeno cachorro branco de Valkíria que agora, com carinha de gente que está com soneira tinha despertado.

Cheirou o pequeno visitante e todos voltaram a dormir profundamente.

Pela manhã, quando Valkíria flutuava em direção à trilha Freud-cão logo despertou, seguido do pequeno visitante, e andando lentamente a acompanharam.

O pequeno cachorro branco também despertou, mas ainda com sono, observou o movimento e antes que chegassem à entrada da trilha voltou ao mundo dos sonhos.

Ao chegar na entrada da trilha Freud-cão parou e ficou observando Valkíria que a adentrava flutuando.

Ela estava em transe com os olhos abertos, mas ainda no mundo dos sonhos, fitando o infinito.

O pequeno visitante acompanhou em passos lentos a Valkíria.

Quando desapareceram na trilha, Freud-cão que tinha parado na entrada dela voltou em passos lentos à varanda, não queria despertar aqueles que ainda habitavam o mundo dos sonhos.

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