domingo, 12 de janeiro de 2014

Tempo e Espaço.



Muitas vezes as noites de verão deixavam Franz inquieto, especialmente as mais quentes, às vezes o calor não deixava que o sono viesse, o que tornava as noites longas, só depois de se sentir como parte da Casa do Gramado é que se deu conta que o Tempo não era longo nem curto e sim algo que se envolve com o Espaço.

Como agulha e linha, se o tempo podia ser representado pela agulha, a linha estaria simbolizando o espaço, ambos costurando a existência no Universo.

Igualmente enquanto o sono permeia o espaço, o sonho se localiza no tempo, quando alinhavados os sonhos refletem os desejos, quer Franz estivesse acordado ou dormindo profundamente.

Muitas vezes os sonhos de Franz quando acordado são sutis, leves, tênues, fica até difícil sentir se está sonhando ou simplesmente deslizando, flutuando, nas tramas do Tempo e Espaço.

É nos sonhos acordados que a Trilha se desenha, muitas vezes na parede do quarto onde Franz dorme, unindo seu coração ao de Valkíria.

Desperto no calor da noite, foi olhar à janela, a rua deserta, em seu quarto o total silêncio, só quebrado pelo resvalar dos pés no tapete que cobre o chão.

No tapete o Freud-cão dorme profundamente, Franz observa ser peito inflar e esvaziar lentamente com o compasso de sua respiração.

Ao desviar o olhar para o relógio ao lado da cama se dá conta de não estar ouvindo o tic-tac característico, curiosamente percebe que o ponteiro há tanto conhecido parece estar estagnado, quase transparente, parado entre um instante e aquele que o precede.

Ao fitar o céu, entre a Grande Estrela Azul e a sua janela, observa um vulto em pé, brilhando, flutuando.

- É você meu amor, estava com saudades.

- Também, muitas.

- Vamos até a nossa estrela.

- Lá no infinito, onde o Espaço se encontra com o Tempo.

- Vamos amor.

- Vamos juntos, de mãos dadas.

- Bem devagarzinho.

- Apreciando a presença.

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