domingo, 14 de maio de 2017

Vento.




Quando a escuridão começou a dar os primeiros indícios de ceder à luz que em alguns instantes começaria a surgir no horizonte o silêncio tomou conta de até onde a percepção de Franz podia alcançar.

O sono lhe tinha sido roubado, dá janela de seu quarto a escuridão sequer permitia que enxergasse o outro lado da rua, tudo imerso em total silêncio.

O ar gelado sutilmente começou a adentrar pela janela, pedindo a Franz que se envolvesse com o cobertor jogado na cama, tudo no mais profundo silêncio.

Uma leve brisa fez com que uma folha seca caída ao acaso na calçada rolasse devagarzinho até desaparecer da visão de Franz, sem que em nenhum instante quebrasse o silêncio.

A folha que rolou e desapareceu trouxe para Franz que estava debruçado na janela a imagem de Valkíria que traria junto com si os primeiros raios de luz do dia que logo viria quebrar o silêncio.

Já com uma sutil claridade de vinha de algum ponto no horizonte o silêncio já não resistia a brisa que se transformara em vento e levava para distante as folhas secas caídas, trazendo outras umidecidas por uma leve garoa que lavava a rua.

O vento vinha levar as lembranças de Franz para junto de sua doce Valkíria que junto às Montanhas Azuis ainda dormia profundamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário