domingo, 20 de fevereiro de 2011

Além da Janela - Parte IV



O legado de Valkíria se espalhava rapidamente, a cada momento surgia novas pessoas que no passado tinham sido alunos dela. Em meio a essas não demorou para que alguém que tivesse acesso à confecção de livros se oferecesse para publicar os registros, traduções, etc. que ela tinha feito no decorrer de sua vida.
 
Também já tinham me procurado para fazer a restauração da casa, o dia tinha sido muito movimentado.
 
Entre essas pessoas havia também quem tinha acesso aos meios de comunicação, alguns dias depois uma matéria completa sobre o trabalho de Valkíria e seu testamento estavam prontos e sendo expostos a todos.
 
Após essa reportagem curiosamente não surgiram mais incômodos, seja por parte daqueles que diziam querer “ajudar” ou daqueles que tinham por finalidade criar problemas.
 
Após os primeiros reparos, provisoriamente tinha me mudado para a casa, com a finalidade de me dedicar mais ao trabalho que me fascinava, sentia-me profundamente atraído pelo trabalho que realizava.
 
Já anoitecendo quando a casa estava vazia me sentia sonolento, ocupei o sofá, onde sabia que Valkíria gostava de dedicar seu tempo aos livros que ela lia, e fiquei analisando os esboços de como ficaria a casa quando restaurada.
 
Quando a lua ocupava o centro da grande janela que ficava à frente do sofá, sentia dificuldade em manter os olhos abertos, mas ainda assim queria ficar um pouco mais, apreciando o luar e meus esboços.
 
Tive a impressão de alguém estar por traz do sofá, também observando os esboços.
 
Nesse momento ouvi uma voz suave me perguntando:
 
- Por que em seus desenhos você retirou essa parte do muro no canto da mesma parede do portão e desenhou esse portão grande no lugar.
 
Sem me dar conta, respondi naturalmente:
 
- É só uma entrada para automóveis, o terreno é bem grande e tem espaço para que alguns fiquem estacionados.
 
Como resposta ouvi, da mesma mulher que tinha aquela voz melodiosa.
 
- Ah! Eu não gostaria que essas máquinas mau cheirosas fossem guardadas na casa, prefiro que nesses espaços sejam plantadas mais algumas árvores e, talvez um pequeno jardim com uma fonte, tenho certeza que vai ficar muito mais bonito.
 
Acordei no meio da noite, a casa estava em total silêncio, quebrando eventualmente por algum carro que passava pela rua, estava com o corpo dolorido por ter dormido sentado.
 
Aquela voz melodiosa do sonho ainda estava presente, parecia ter sido tão real, mas não quis esperar amanhecer, concordava plenamente, com mais árvores e o jardim com a fonte, sem qualquer dúvida ficaria mais bonito e, antes que as pessoas chegassem para continuar o trabalho, o novo esboço já estava pronto.
 
 
 
Os reparos na casa andavam mais rápido do que imaginava, a escada não esta comprometida como anteriormente havia pensado, só precisa ser lixada e envernizada, a impressão de que estava apodrecida era devido a uma camada de musgo que estava se acumulando sobre ela, devido a infiltração no telhado.
 
Os espaços para o jardim e a fonte já estavam demarcados e mudas de Ipês tinham sido plantadas, nessa casa não haveria espaço para as máquinas mau cheirosas, que poluem e estão sempre congestionando as ruas. A fonte seria instalada logo pela manhã.
 
O trabalho maior ainda por fazer era o telhado, esse não tinha como ser restaurado, não tinha telhas para reposição, e logo surgiriam infiltrações em outros lugares.
 
Tinha me acostumado nos finais das tardes me sentar no sofá defronte à grande janela da sala, estava anoitecendo e mais uma vez a casa estava vazia, me sentia cansado e sonolento, queria mais uma vez descansar no sofá e apreciar o jardim que iria se formar.
 
Pensei ter acordado de um cochilo, com a voz melodiosa que estava se tornando familiar, quando a lua já brilhava alto no céu.
 
- O jardim está ficando lindo, quero ver passarinhos bebendo água na fonte nos dias de verão.
 
- Prefiro que não restaure o telhado, vai ficar melhor se fizer um novo. Sinto vergonha do telhado que está na casa. Suas telhas são uma herança vergonhosa de quando o trabalho era feito por escravos nesse país, elas foram feitas nas coxas da gente que foi escravizada, não quero nem sombra dessa vergonha aqui, lembro que meu pai comentou que usou esse material por não ter outra opção. Tenho certeza que agora há outras possibilidades.
 
 
 
Era 03h00 da manhã e me sentia totalmente desperto, meus sonhos pareciam muito vivos, sabia que o sono não mais voltaria, assim resolvi me distrair com as anotações que Valkíria tinha deixado, um pensamento começou a se instalar em minha mente, senti que estava na hora de pensar em alguma outra ocupação, depois de restaurar essa casa meu trabalho como arquiteto iria diminuir gradualmente.
 
O trabalho que Valkíria fez em sua vida estava me fascinando.
 
 
 
Pela manhã, junto com as pessoas que iam fazer o novo telhado chegou uma senhora, carregando um quadro enorme, ela disse ter sido uma antiga aluna de Valkíria, trazia com ela um quadro de sua professora, comentou que queria colaborar com os trabalhos que seriam feitos na casa.
 
O quadro que trazia era um retrato expressionista de Valkíria, queria doar à casa, sentia vontade de ensinar as pessoas a pintar, atividade que aprendeu quando ainda era criança, descobriu sua facilidade com o desenho e pinturas com a ajuda de Valkíria.
 
Mais um dia os trabalhos no telhado seriam concluídos, depois disso só restariam alguns detalhes para concluir a restauração.
 
Muitos dos ex-alunos de Valkíria estavam se apresentando querendo dar continuidade ao trabalho iniciado por ela, só que agora em diversas atividades. Também vieram aqueles que queriam estudar os artigos que ela tinha traduzido, as anotações do médico e da própria Valkíria.
 
Vários trabalhos estavam sendo realizados simultaneamente.
 
Quando a noite se avizinhava, mais uma vez tomado pelo sono ocupei o sofá e fiquei apreciando o jardim.
 
Estava muito sonolento e outra vez aquela voz melodiosa chegou aos meus ouvidos.
 
 
- Sabe aquele tronco que colocaram na frente do portão, onde as pessoas se aglomeram para pegar o ônibus. É muito feio aquilo.
 
- Você gostaria que tentássemos mudar o ponto de lugar, por causa do movimento.
 
- Não, você não entendeu, as pessoas são bem vindas. É que quando a casa foi construída naquele lugar tinha sido plantado um Ipê, amarelo, era muito lindo. Fiquei muito triste quando o cortaram e colocaram aquele tronco morto horrível.
 
- Poderia ser plantada um outro no lugar, faria sombra para as pessoas que ficam esperando o ônibus.
 
- As parasitas costumam dar trabalho para se fazer esse tipo de alteração, aliás é só o que as parasitas sabem fazer, atrapalhar os outros.
 
- Acho que você consegue pensar em alguma coisa.
 
 
 
Quando acordei o diálogo ocorrido em meu sonho ainda estava muito vivo, resolvi fazer as coisas por iniciativa própria. Sabia onde encontrar uma árvore daquele tipo já meio desenvolvida.
 
Decidi sequer comunicar ao que chamam de poder público o que iria fazer, pedi que os trabalhadores arrancassem o ponto de ônibus e, em seu lugar plantei o Ipê. Esse nome “poder público irrita, por que o chamam de público se a sua finalidade é atender os interesses das parasitas, logo deveria ser chamado de “poder parasita”.
 
Também pedi à senhora que trouxera o quadro que fizesse uma placa bem bonita para substituir a de mau gosto sem qualquer estética que estava no ponto e pedi que a fixassem junto ao muro.
 
Não demoraria muito e aqueles que usavam os ônibus teriam uma sombra para se abrigarem.
 
Logo surgiu uma parasita se queixando prometendo multar a casa, não permiti que ela entrasse e fui atendê-la no portão. Naquele momento o ponto estava com várias pessoas esperando o ônibus, elas se aglomeraram à nossa volta e começaram a vaiar a parasita, que contrariada deixou o local e felizmente não mais retornou.
 
 
 
Parasitas são seres curiosos às vezes tenho a impressão de que seus problemas não se limitam aos transtornos de personalidade, parece que ainda têm algum tipo de déficit mental, qual será a parte da palavra expulsão que elas têm tanta dificuldade em entender, é só a gente se distrair um pouco que elas começam a reaparecer e multiplicar...
 
 
 
Não deu tempo de acabar a restauração da casa e parte daqueles que no passado tinham sido “alunos” de Valkíria já estavam desenvolvendo seus trabalhos nela. A senhora que trouxera o quadro estava ensinando pintura, a grande sala tinha se transformado em uma biblioteca, as anotações de Valkíria tinham sido impressas e encadernadas e ocupavam um lugar de destaque entre muitos outros livros, vários que tinham sido doados, a maior parte deles sobre o psiquismo.
 
Também não faltaram aqueles que trabalhavam com a saúde mental que se dispuseram a atender aqueles que precisassem desse tipo de auxílio e que queriam continuar o trabalho iniciado por Valkíria.
 
Só restaram uns poucos detalhes para concluir a restauração, à tarde depois de descansar um pouco iria procurar fechaduras para as portas e portões da casa.
 
Quando já estava sonolento, a mesma voz melodiosa começou a sussurrar em meus ouvidos.
 
- Mas por que você quer colocar fechaduras nas portas e no portão?
 
- Oras, para poder fechar a casa quando não houver atividades sendo realizadas nela.
 
- Ah! Preferia que só fossem colocadas as maçanetas e o acesso ficasse livre àqueles que quisessem conhecer a casa e os trabalhos que forem realizados.
 
- Mas é necessário algum tipo de segurança, para proteção e para que não estraguem ou roubem o que pertence à casa.
 
- Oras as pessoas têm uma idéia curiosa do que vem a ser segurança, ela não está nas coisas, a segurança está nas pessoas e se é que há necessidade de algum tipo de proteção, essa deve ser destinada às pessoas e não às coisas, esse tipo de segurança que as pessoas insistem em criar são uma inutilidade , sempre que há alguém pensando em um sistema de segurança, há muitas outras pensando em burlar esse sistema. Gostaria muito que a casa permanecesse aberta, como sempre ficou, desde que foi construída.
 
 
 
Quando acordei no final da tarde, acabara dormindo além do que desejava, as minhas idéias sobre segurança e proteção estavam fervilhando em minha mente e, nesse momento sabia que não mais seria possível resolver isso nesse dia, por outro lado estava convicto de que minhas idéias até então claras, estavam com seus significados ideologicamente construídos, comprometidas.
 
 
 
No final da tarde pouco antes de anoitecer quis dar uma volta pelo quintal e apreciar o jardim, estava tudo muito bonito as plantas cresciam rapidamente e as árvores logo estariam encorpadas, sentei-me para descansar no banco de jardim ali colocado para essa finalidade.
 
A lua estava cheia e amarelada, brilhava muito e as primeiras estrelas começavam a brilhar no céu, ao escurecer uma luz branda foi surgindo junto à grande janela da sala a qual passava a impressão de um leve silhueta de uma mulher sentada no sofá lendo algum livro.
 
Fiquei curioso, achava que a essa hora a casa já estava vazia.
 
Um pensamento se passou rapidamente, percebi que não mais iria cursar uma nova Universidade e me voltar ao estudo do psiquismo, sabia que minha vida ia passar por sutis transformações.
 
Permaneci por um longo tempo apreciando a casa agora restaurada e a imagem que via Além da Janela, na perspectiva em que estava, no interior da casa, que a cada instante se tornava mais nítida.
 
Uma janela sempre é um elo de ligação entre dois mundos.
 
Na perspectiva do mundo em que estava habituado essa silhueta que estava vendo pertencia ao mundo dos delírios, mas talvez do ponto de vista de quem se encontra do outro lado da janela, o mundo ao qual estamos habituados pode ser interpretado como um conjunto de delírios.
 
Quando a noite já tomava conta do horizonte dei uma última volta pelo quintal para apreciar o trabalho realizado, sabia que ao entrar na casa o acesso ao mundo que estava habituado não mais ocorreria, iria para algum outro lugar, para Além da Janela.
 
Dei meu passeio ao redor da casa e me senti pronto para a partir de então conhecer uma nova vida, não achei necessidade de qualquer despedida.
 
Ao abrir a porta da sala, notei que a luz ainda que tênue era um pouco mais claro do que a impressão que tinha ao olha-lá do exterior da casa.
 
Ao entrar na sala pude ver claramente uma linda mulher sentada no sofá há muito conhecido lindo um livro.
 
 
- Boa noite.
- Boa noite, tudo bem com você?
- Sim, tudo ótimo. O que você está lendo?
- Nada, só estava folheando, enquanto esperava por você.
Queria agradecer, a casa, o jardim, ficou tudo muito lindo.
 
 
 
Pensei em comentar dizendo que achava que a conhecia, mas sabia ser desnecessário, já tínhamos nos visto muitas vezes, mas sempre quando estávamos em lados opostos da janela.
 
 
 
- Por que não se senta aqui ao meu lado, vem ver a lua, ela está muito linda.
 
- Sim, claro, é um prazer.
 
- Fiz um chá, partilha ele comigo.
Está uma delícia.
 
- Sim, claro, já te disseram que sua voz é melodiosa?
 
- Sim, quando adolescente e ainda partilhava o mundo com meu pai, ele queria que eu aprendesse música, mas depois a vida tomou outros rumos, e essa idéia ficou perdida no passado.
 
- Acho que entendo, parece que a gente tem uma hora certa para as coisas e quando essa hora passa fica difícil retomá-las, não acha?
 
- Acho sim. Você notou no jardim, que entre as plantas e as árvores parece que se formou uma pequena trilha, e uma trilha, como uma janela, também é um elo de ligação entre dois mundos.
 
- Não, não tinha tido essa intenção ao planejar o jardim, mas você tem razão, olhando daqui a trilha é bastante nítida.
 
- Gostaria de caminhar por ela, você me acompanha.
 
 
Antes de formular a resposta me vi com Valkíria, em frente ao jardim, na entrada da trilha. Ela disse:
 
 
- Vem comigo, vamos juntos, de mãos dadas.
 
 
 
Valkíria disse:
 
Sabe, no fim desse trilha, há uma pequena casa, cercada por um gramado, lá vivem duas crianças, que precisam de minha companhia, tem também muitos bichos, cachorros e gatos, são muito meigos. Tem até um leão, ele é muito manso e está sempre com sono.
 
Às vezes gostaria que houvesse mais alguém, para partilhar comigo e ajudar a cuidar de todos eles.
 
 
 
Sabia que não era mais necessário exprimir qualquer resposta, caminhávamos já há algumas horas, agora em silêncio, só quebrado pelo sons de nossos passos na grama rala da trilha, devíamos estar já muito distante da casa.
 
A luz do luar clareava intensamente o nosso caminho, mas atrás de nós as árvores se fechavam, não deixando qualquer vestígio da trilha que se desenhava à nossa frente.
 
Uma bifurcação se desenhou à nossa frente, do lado esquerdo, agora sabia o que existia na bifurcação, mas Valkíria permaneceu serena, logo à frente podíamos avistar o gramado e a casa.
 
Valkíria disse:
 
- Vamos nos sentar na cadeira da varanda e descansar um pouco.
 
 
 
Enquanto descansávamos, agora com a luz do luar um pouco mais branda, a entrada da trilha começava a se apagar e as árvores que ladeavam o gramado, lentamente pareciam se aproximar da varanda e a nos envolver.
 
As duas crianças que dormiam no interior da casa se levantaram e vieram para a varanda.
 
Os galhos das árvores estavam tão próximos que era possível tocá-los e também encobriam um pouco do luar, parece que estavam apagando a lâmpada, para que pudéssemos dormir.
 
...
 
 
 
Lá na curva onde espaço se encontra com o tempo,
bem juntinho ao centro de tabuleiro,
tempo é espaço e espaço é tempo,
o antes pode ser agora,
e o depois já aconteceu.

Lá não há primeira, segunda ou terceira pessoa,
todos somos nós.
Não importa se animados ou inanimados,
mas ao mesmo tempo,
o nós não deixa de ser eu, você ou ainda ele.
Lá se centra a essência do Universo,
por outro lado não há tempo nem espaço,
e ao mesmo tempo o espaço é infinito,
e o tempo pode ir adiante como ao passado retornar.
O centro do tabuleiro
se encontra logo ali, além da varanda,
só que quando lá chegar, tabuleiro e varanda,
além do Universo irão estar.
 
 
 
Dedico à Marion, que está sempre presente com seu carinho, companhia, dedicação... Me incentivando e inspirando.
 
Um grande beijo, em sua alma.

5 comentários:

  1. Palavras me faltam para descrever a beleza deste conto.
    Senti tua imaginação como se fosse a minha.
    Acredito que a gente é feliz, imaginando ou
    realizando, o importante é o desejo.
    Como sempre escreve com o coração...
    A busca pelas tuas palavras é imaginar um sonho lindo e sem fim..
    Ler-te é realizar esses sonhos num céu, de estrelas,lua,
    um belo jardim.. rumo ao infinito!...
    És um grande escritor, sua imaginação e sensibilidade é ímpar.
    Sonhos que se entrelaçam, que eles possam voar além da
    imaginação e tornarem-se bem reais...
    Um conto lindo fechado com "chave de
    ouro", adorei o desfecho!
    Seu trabalho me encanta!
    És brilhante!
    Parabéns pelo excelente trabalho!

    Escreva mais... Sempre!..


    Gratidão pelo carinho e consideração.

    Você é Especial!


    Um beijo na alma.


    Marion

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Nossa, meu amigo ... PARABÉNS de todo coração pelo belíssimo conto. Fiquei emocionada e absolutamente maravilhada. Toca a alma da gente de uma forma ímpar. É muito sensível, poético e doce. Um brinde a cada momento de encontro, nos nossos sonhos acordados ou dormindo. E que presente nos dá ao transformá-los em palavras tão preciosas e compartilhar conosco. MUITO OBRIGADA : )
    Ps.: Adorei a capa (sensacional). Parabéns por tudo !!!

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  4. Muito bem escrito seu conto, que vai nos envolvendo conforme é relatada a história, parabéns.

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  5. Olá George,

    O que posso te dizer não?
    Sabes que sou sua fã!
    Imprimi o conto "Trilha dos Desejos" e tenho guardadinho na minha cabeceira de cama, para estar sempre relendo....pois ele me tocou profundamente (já contei isto para Marion).
    Além da janela foi um conto muito especial, aonde através de suas inspirações mais profundas, conseguistes abordar temas atuais. Mas sempre com sua sensibilidade a flor da pele, nos mostrando caminhos e lugares que estão guardadinhos em nosso subconsciente.
    Parabéns amigo, me faltam palavras para poder descrever tamanha emoção.
    Que Deus abençoe muito seu caminho e por favor, continue nos presenteando com seus belíssimos contos.... existem pessoas que já nascem com seus dons prontos....e você com certeza é uma delas.
    Ficarei aguardando seu próximo trabalho.
    Um grande beijo em seu coração!!!

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